sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Anna e o beijo francês

por Maria Clara


 
Anna Olliphant é obrigada pelo pai a estudar na França. Lá, ela conhece novos amigos e, obviamente, um garoto que a interessa. O enredo pode não ser, exatamente, original (algumas leitoras podem se lembrar de "Passaporte para Paris", filme estrelado pelas gêmeas Ashley e Mary-Kate Olsen), mas a autora Stephenie Perkins soube trabalhá-lo de forma leve, romântica e agradável. 


 
A história de Perkins tem um ritmo tápido o suficiente para que o leitor admire a paisagem francesa sem se distrair completamente da narrativa - que, ao contrário da recente safra de seres como anjos e vampiros, não traz nenhum elemento sobrenatural. Nesse livro, os personagens não têm superpoderes nem enfrentam situações impossíveis. Tudo o que a protagonista enfrenta pode acontecer na vida real.

A transição entre os capítulos é uma das maiores qualidades de Perkins nesse livro. O final de cada parte é costurado ao início da próxima perfeitamente, como numa novela em que uma ação comece nos últimos cinco segundos da última cena, para se concluir no dia seguinte. Com isso, é quase impossível fechar o livro antes do fim sem ficar se perguntando "o que será que vai acontecer agora?".

O único ponto negativo de "Anna e o beijo francês" vem, infelizmente, do processo de tradução. O sentido de algumas palavras se perdeu, e é necessário ler em português, pensando inglês. Ainda assim, nada que comprometa o charme parisiense e o bom humor com que a história é contada.

"Anna e o beijo francês" foi publicado pela editora Novo Conceito. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Quarto

por Maria Clara

Jack tem cinco anos, e tudo o que ele conhece do mundo é o que existe dentro do Quarto onde mora com sua Mãe - ou o que existe na TV, embora ele acredite que tudo o que aparece na tela é uma fantasia. Todo dia ele brinca e lê histórias, e toda noite ele se esconde no Guarda-Roupa enquanto espera que o Velho Nick venha trazer comida e fazer a Cama ranger.
 
Essa é a história que a irlandesa Emma Donoghue conta em "Quarto". Com a delicadeza típica de uma criança de cinco anos, a escritora mostra a criatividade da mãe de Jack e seu desespero para fugir do cativeiro com o filho (não é preciso pensar muito para entender que ela foi sequestrada e violentada, e que o menino nasceu ali). Como a história é narrada por Jack, erros de concordância verbal e de vocabulário aparecem durante toda a narrativa.
 
O diferencial de "Quarto" é que a liberdade não é imediatamente encarada como o final feliz. Donoghue lança um questionamento mais profundo: Jack estava acostumado com a situação, e se assusta com as novidades que existem no mundo. Qual o impacto que uma mudança tão drástica pode ter em uma criança?
 
Interessante e envolvente, é um livro imperdível, nos trazendo um ponto de vista completamente novo sobre os sequestros que, infelizmente, já nos acostumamos a ver nos jornais.

"Quarto" foi lido em inglês. No Brasil, foi publicado pela Verus Editora. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.
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