Paperboy

por Maria Clara

No final da década de 1960, em uma pequena cidade no interior da Flórida, o xerife local é encontrado morto e a Justiça condena Hillary Van Wetter à pena de morte por ter cometido o crime. Tudo não passaria de uma ação comum nos tribunais, não fosse o fato de Charlotte Bless, apaixonada por Van Wetter e certa de que ele era inocente, procurar os jornalistas Ward James e Yardley Acheman, numa tentativa de provar que seu amado não havia assassinado o xerife.

Interessados na história, os dois vão para o local do crime (que é a cidade natal de Ward) e, com a ajuda de Jack James, irmão mais novo de Ward, apuram os fatos investigando tudo o que conseguem. As diferenças éticas e pessoais entre a dupla de jornalistas, porém, são um empecilho para o trabalho. Enquanto Ward é extremamente preocupado em encontrar a verdade, Yardley busca a fama e o reconhecimento.

Aos poucos, percebemos que a história não é sobre o assassinato ou sobre a inocência de Hillary Van Wetter. Em "Paperboy", o autor Pete Dexter mostra o sistema judiciário da cidade, os bastidores da imprensa e sugere levemente o preconceito racial e a homofobia, mas o enredo se amplia e se afasta dessas situações. O livro fala sobre a personalidade humana, os esforços para alcançar seus objetivos e a ética de cada um. Essa mudança no que se espera, inicialmente, da história a ser contada pode desanimar algumas pessoas, mas é interessante continuar a leitura. Não há "lições de moral" que digam qual personagem está certo ou errado, mas o romance ainda é um bom exemplo das diferenças morais entre os seres humanos.

O livro serviu como base para o filme "Obsessão", dirigido por Lee Daniels e estrelado por Zac Efron. O filme já está em cartaz nos cinemas. 

"Paperboy" foi publicado pela editora Novo Conceito. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.