por Maria Clara
Ontem foi sete de janeiro e, fechando os primeiros sete dias de 2014, também foi Dia do Leitor. Ao invés de escrever um post celebrando a data, comecei a pensar: como tenho me comportado enquanto leitora? Como temos nos relacionado com a leitura?
Comecei a ler cedo e logo tomei gosto pela coisa: tinha livrinhos de borracha para ler no banho, contos de fada praticamente impressos em papelão para que fossem mais resistentes, livros que traziam efeitos sonoros e fitas-cassete com histórias narradas pelo Tony Ramos. Nunca fui obrigada a ler nada e acho que nunca me disseram que alguma obra era proibida. O resultado, hoje, é um ritmo de leitura frenético - não passo mais de oito horas sem estar envolvida com algum livro.
Quando entrei no Skoob e vi a forma como outras pessoas leem, comecei a analisá-las. Ainda na semana passada, um rapaz comentou por lá que devia ser possível marcar quantas vezes havia lido um livro, para aumentar seu Paginômetro.
Será que é assim que funciona para muita gente? O importante não é ler, mas ler mais que o colega? Num Brasil em que o nível de leitura é baixo, surge em mim o receio de que ler se torne apenas mais uma forma de ter status e trazer a sensação de superioridade.
Você leu 80 livros em 2013? Parabéns. Leu oito? Já é melhor que não ler nenhum. No fim das contas, ler é um prazer íntimo, individual (só não chega a ser egoísta porque, geralmente, um leitor tenta convencer os outros da maravilha que é uma determinada obra), e deve ser feito no ritmo e na disposição de cada um.
Por isso, mais que dar os parabéns atrasados a nós, que mergulhamos nas palavras alheias e nos afogamos entre páginas e enredos, desejo a todos mais possibilidades. Desejo que possamos ler quantos livros quisermos ou conseguirmos, sem nos sentir culpados por termos lido menos que o vizinho. Desejo que possamos assumir nosso amor por nossas obras preferidas, sejam elas clássicos da Literatura ou histórias de qualidade questionável. Desejo que possamos criticar qualquer livro, sem medo de estar dando início a uma briga sem sentido com os fãs.
Desejo, enfim, que 2014 seja um ano em que possamos, cada um a seu modo, com seu ritmo, aproveitar a leitura.
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