quinta-feira, 22 de setembro de 2016

resenha | Promessa de Sangue

por Maria Clara


Dando seguimento à série Vampire Academy, da americana Richelle Mead"Promessa de Sangue" (quarto volume da história) começa pouco tempo depois de uma mudança drástica na vida da protagonista Rose Hathaway. A adolescente, que participou de uma invasão a uma espécie de acampamento Strigoi nos arredores da Academia São Vladimir, matou tantos vampiros que seria difícil contá-los - o que lhe rendeu uma tatuagem especial, antes mesmo de se formar na escola e se tornar guardiã.

Durante a luta contra os Strigoi, muitos guardiões da São Vladimir morreram. O destino de Dimitri (mentor de Rose e com quem ela mantinha um relacionamento secreto), porém, é pior: levado pelos vampiros, é quase certo que ele também foi transformado. Agora, é o momento de Rose fazer uma escolha difícil. Ela deve decidir se continua na escola, para se tornar guardiã e continuar a proteger a amiga Lissa Dragomir, ou se foge novamente e vai em busca de Dimitri, para matá-lo.

Em "Promessa de Sangue", Mead continua a mostrar Rose como uma personagem consciente de suas ações e ativa na história. Ao contrário da Bella Swan, de Crepúsculo - talvez o primeiro livro que vem à mente quando se trata de comparações com a série Vampire Academy -, a Dampira não se entrega à depressão com a partida de Dimitri. Mesmo que a ausência do guardião a deixe triste, ela continua a ser responsável pelos próximos passos no enredo, ao invés de simplesmente se deixar levar pelo que acontece na vida dos outros personagens.

Ironicamente, a separação forçada de Dimitri e Rose é, ao mesmo tempo, o que mobiliza o livro e o que o torna mais lento que os volumes anteriores da saga. Mesmo que o aspecto romântico ocupasse uma parte importante do enredo, ele nunca havia sido o tópico principal. Com a atenção que recebe agora, a história tende a se arrastar, quase desafiando o interesse do leitor. Ao final do livro, entretanto, há esperança de que a continuação recupere o ritmo ágil que marcou a narrativa até "Tocada pelas Sombras", terceira parte de Vampire Academy.

"Promessa de Sangue" foi publicado pela editora Agir. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

resenha | Incendeia-me

por Maria Clara

A série distópica criada por Tahereh Mafi que começou com "Estilhaça-me" chegou ao fim com a publicação de "Incendeia-me", último volume da trilogia (que ganhou dois livros extras ao longo do caminho). Nesse último volume da história, é hora da protagonista Juliette Ferrars enfrentar definitivamente o Restabelecimento, entidade que controla o poder político de forma opressiva e ditatorial.

O livro traz Juliette mais forte, consciente de suas habilidades e disposta a fazer o que for preciso para vencer. Depois de quase ser assassinada, a garota passa a morar com Warner e aceita ajudá-lo em seus objetivos comuns - matar o pai dele, principal líder político. Além disso, se reencontra com os amigos que fez enquanto estava no Ponto Ômega e com o ex-namorado, Adam.

O estilo de Tahereh Mafi é mantido em "Incendeia-me". Apesar dos strike outs não serem mais utilizados (já que, agora, a protagonista compreende e aceita suas sensações e pensamentos), a velocidade da narrativa é a mesma que marcou outros títulos da série. Os capítulos curtos ajudam a separar a ação de acordo com o impacto de cada acontecimento ou revelação. A maneira de pensar de Juliette, sem vírgulas e com frases repetidas, continua a dar o tom da tensão em que a garota se encontra.

Outros personagens da trama também recebem a devida atenção. Kenji, agora reconhecidamente o melhor amigo da protagonista, mostra mais profundidade sem perder o tom de comediante - o próprio lado "engraçado" do rapaz durante a guerra é abordado em uma conversa com a amiga. Adam se torna mais dramático e propenso a conflitos, enquanto Warner continua a se expor completamente em suas cenas com Juliette, revelando mais sobre sua personalidade e sua história (indo além do que foi contado em "Destrua-me").

Tendo que se preocupar em vencer uma guerra e resolver sua vida sentimental, Juliette cresce ainda mais durante a trama. Se em "Liberta-me" ela precisa que Kenji lhe dê um choque de realidade para se interessar pelo que acontece ao seu redor, "Incendeia-me" mostra a adolescente, sozinha (embora com alguma ajuda de Warner e do próprio Kenji), percebendo a imensidão de suas capacidades.

Ela também reconhece sua posição de liderança no conflito, ajudando na elaboração de planos de ataque e pensando em como organizar a sociedade no futuro. Na área sentimental, a garota segue como responsável por definir o destino do triângulo amoroso que forma com Adam e Warner.

"Incendeia-me" é uma bela conclusão para a trama. Tahereh Mafi conseguiu, durante toda a história, mostrar a evolução de cada personagem e manter um enredo envolvente, culminando em um final que reafirma a qualidade do trabalho da escritora.

"Incendeia-me" foi publicado pela editora Novo Conceito. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.
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