sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O Céu está em todo lugar

Por Maria Clara

Lennie Walker acabou de perder a irmã, e está tentando lidar com a dor dessa morte. É nessa situação que começa o romance "O Céu está em Todo Lugar", de Jandy Nelson, publicado pela editora Novo Conceito. O livro, que teve uma ótima repercussão nos Estados Unidos, mescla a história a uma série de poemas escritos pela protagonista em papeis e objetos encontrados pela cidade de Clover, onde tudo acontece.

O enredo consiste na história de Lennie, a mais nova das irmãs Walker, e sua relação com a morte da mais velha - quando o livro começa, Bailey já morreu, mas aparece em flashbacks da infância das garotas. Ao longo do romance, somos apresentados à família de Lennie, à sua melhor amiga Sarah, sua rival Rachel e aos dois garotos que deixam seu coração em dúvida: Toby, namorado de Bailey, e que parece ser o único que compreende a tristeza de Lennie; e Joe, recém-chegado da França, que faz com que a garota seja mais alegre.

Mesmo com esse triângulo amoroso, o foco do livro não são os romances de Lennie, mas seu luto: é a partir dele que as relações da garota com a família, a amiga, os rapazes e com a vida, de modo geral, se modificam. A autora não apela para o sofrimento excessivo, entretanto. O que se sente durante a leitura é uma espécie de tristeza tranquila, que consegue ser suave e intensa ao mesmo tempo, pontuada por pequenos momentos de felicidade. O estilo de escrita de Jandy Nelson faz com que o leitor praticamente sinta todas as emoções de Lennie, garantindo o envolvimento com a trama e a expectativa pelo fim da história - e por novos livros da autora.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Qual seu número?

Por Samira

Delilah Darling é uma jovem de 29 anos, solteira e, como ela mesma se define na primeira página, “uma mulher fácil”. Jovem, porque, apesar da idade, curte cada momento como se fosse único. Mulher, porque aprende a ser mais madura a cada experiência. Fácil, porque...

Delilah já dormiu com 19 homens ao longo da vida e entra em pânico quando lê em seu jornal preferido a informação de que “uma pessoa tem, em media, 10,5 parceiros sexuais durante a vida”.

Com isso, a fim de não aumentar o seu número e não chegar aos 60 anos tendo dormido com 78 homens, ela decide estabelecer um limite – 20 – e ir atrás dos ex-namorados. O objetivo? Reconquistá-los e ser protagonista de uma história de amor sem ter que burlar a meta imposta.

O romance de Karyn Bosnak é, sem dúvida, algo que faz rir e pensar nas atitudes já tomadas. Um livro para ser devorado. Uma chance para descobrir que o passado, independente de ter sido bom ou não, é um dos fatores responsáveis por moldar o presente e o futuro de uma pessoa.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Química Zero

Por Samira

Era manhã de quarta-feira quando o diretor da escola entrou na sala de número 01, onde estava o terceiro ano do ensino médio. Sua fala foi breve, porém segura. Naquele momento houve o anúncio oficial de que a escola havia incorporado um novo professor ao quadro de funcionários.
Como todo bom aluno de ensino médio, fiquei a pensar na matéria que aquele homem iria lecionar. Talvez história, geografia... Mas, não. Ele aparentava ser muito novo para saber a história do mundo e das rochas. Minha dúvida persistiu até o momento em que um colega do fundão levantou a mão e perguntou:
– Ele vai dar aula de quê, diretor?
A resposta assustou como o badalo de um sino às 6h da manhã:
– Química, queridos. Nosso novo professor é especialista na área. Tenho certeza que vocês irão amá-lo.
Respirei fundo e comecei a pensar como eu poderia tirar proveito da situação para tornar-me uma aluna cada dia melhor. Afinal, daquele momento em diante, eu teria, quatro vezes por semana, aula com um especialista. O diretor desejou boa aula, pediu licença e retirou-se da sala.
O professor novato esperava que um de nós quebrasse o silêncio, mas ao ver que ninguém iria falar, resolveu manifestar-se acerca do conteúdo programado para o segundo bimestre. Sem demora, pegou o giz e escreveu no quadro: “Nomenclatura de compostos orgânicos”. Exposto o tema, foi dada a largada para a primeira de muitas aulas complicadas que viriam.
Sempre ocupei a primeira carteira da sala. Se isso era bom porque me ajudava a não desviar o foco da atenção, ao mesmo tempo era ruim porque todo professor, independente da matéria, hora ou outra direcionava uma pergunta para mim. Para não quebrar a rotina, minutos antes do intervalo o professor novato veio em minha direção e...
– Ei, você de pulseira. Que nome eu posso dar para dois átomos de carbono e seis de hidrogênio?
Raciocinei, fiz cálculos e criei fórmulas em minha mente. Quando pensei ter certeza da resposta e resolvi falar, fui interrompida por um elogio.
– Parabéns! É isso mesmo. Dois átomos de carbono com seis de hidrogênio formam um Etano.
Sem reação estava, sem reação fiquei.
– Eu sabia que você iria acertar! São 10h, vamos sair. Após o intervalo continuaremos, disse o professor.
Ao concluir o ensino médio, divorciei-me da Química (apesar do nome, não havia química alguma em nossa relação), reatei o namoro com o Português e fiquei noiva da Comunicação. Sem Etano, encontrei a fórmula do amor perfeito.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Encantadora, seca, colorida

Por Maria Clara




foto: Dirani Chaves

Brasília é seca. É uma cidade adorável, mas seca. É capaz de criar dias de puro sol e calor, e nada de umidade. Faz a população inteira passar uma noite acordada, aguardando os pingos que abrirão a primeira chuva, tão esperada e prometida. Decepciona todos os moradores quando revela que a chuva não duraria nem dois dias direito. Mas Brasília, apesar de seca, continua adorável como as cores com que estampou o céu na sexta-feira, dia 30 de setembro, por volta do meio dia.
O círculo colorido que encantou a população tem nome: halo. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia - Inmet, o fenômeno ocorreu por causa da concentração de umidade em volta do disco solar. A luz do sol passou pelas gotículas de água ou cristais de gelo e formou o arco (o halo é um arco-íris diferente).
O Inmet explica, ainda, a principal diferença entre a formação do halo e de um arco-íris comum: no primeiro, o sol está a pico, e sua luz atinge a umidade concentrada ao redor. No segundo, "a posição aparente do sol deve estar de lado e as nuvens de formação de chuva devem estar do lado oposto, para que os raios solares possam fazer um ângulo com as gotículas de ádua ou de gelo, que faça refletir as cores para o observador".
Sabendo ou não o nome correto do aro colorido ou como ele se forma, os moradores do DF se impressionaram com o fenômeno. Nas ruas, era possível ver pessoas olhando para o céu, tentando fotografar o halo e ligando para conhecidos e pedindo que olhassem para o céu. Talvez o círculo tenha encantado a todos apenas pela raridade com que aparece, talvez tenha dado uma esperança de que a umidade sairia de perto do sol e viria até Brasília, refrescando o calor da cidade. Que, de qualquer jeito, continuou adoravelmente seca, até que a chuva voltou, de verdade, no começo dessa semana.

sábado, 1 de outubro de 2011

Ideia nº 1 - Dar as boas-vindas

Tudo o que acontece no mundo gera algo nos seres humanos. Um livro que se lê, um filme que se assiste, um acontecimento de que se tem notícia - tudo faz surgir uma reação, uma ideia.
É para dar espaço aos nossos pensamentos que nasce, agora, o blog Resgate de Ideias. Ele é um lugar para falarmos de tudo: dos temas mais sérios aos assuntos mais descontraídos, à medida que eles surgirem em nossas cabeças. 
Sinta-se à vontade para visitar e comentar o blog e, se quiser, sugerir assuntos para novos posts. Venha conosco resgatar as ideias que, muitas vezes, ficam escondidas num cantinho de nossas mentes ou no fundo de alguma gaveta!

Maria Clara e Samira

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