segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Anna e o beijo francês
por Maria Clara
Anna Olliphant é obrigada pelo pai a estudar na França. Lá, ela conhece novos amigos e, obviamente, um garoto que a interessa. O enredo pode não ser, exatamente, original (algumas leitoras podem se lembrar de "Passaporte para Paris", filme estrelado pelas gêmeas Ashley e Mary-Kate Olsen), mas a autora Stephenie Perkins soube trabalhá-lo de forma leve, romântica e agradável.
A história de Perkins tem um ritmo tápido o suficiente para que o leitor admire a paisagem francesa sem se distrair completamente da narrativa - que, ao contrário da recente safra de seres como anjos e vampiros, não traz nenhum elemento sobrenatural. Nesse livro, os personagens não têm superpoderes nem enfrentam situações impossíveis. Tudo o que a protagonista enfrenta pode acontecer na vida real.
A transição entre os capítulos é uma das maiores qualidades de Perkins nesse livro. O final de cada parte é costurado ao início da próxima perfeitamente, como numa novela em que uma ação comece nos últimos cinco segundos da última cena, para se concluir no dia seguinte. Com isso, é quase impossível fechar o livro antes do fim sem ficar se perguntando "o que será que vai acontecer agora?".
O único ponto negativo de "Anna e o beijo francês" vem, infelizmente, do processo de tradução. O sentido de algumas palavras se perdeu, e é necessário ler em português, pensando inglês. Ainda assim, nada que comprometa o charme parisiense e o bom humor com que a história é contada.
"Anna e o beijo francês" foi publicado pela editora Novo Conceito. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.

A transição entre os capítulos é uma das maiores qualidades de Perkins nesse livro. O final de cada parte é costurado ao início da próxima perfeitamente, como numa novela em que uma ação comece nos últimos cinco segundos da última cena, para se concluir no dia seguinte. Com isso, é quase impossível fechar o livro antes do fim sem ficar se perguntando "o que será que vai acontecer agora?".
O único ponto negativo de "Anna e o beijo francês" vem, infelizmente, do processo de tradução. O sentido de algumas palavras se perdeu, e é necessário ler em português, pensando inglês. Ainda assim, nada que comprometa o charme parisiense e o bom humor com que a história é contada.
"Anna e o beijo francês" foi publicado pela editora Novo Conceito. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.
domingo, 23 de dezembro de 2012
Quarto
por Maria Clara
Jack tem cinco anos, e tudo o que ele conhece do mundo é o que existe dentro do Quarto onde mora com sua Mãe - ou o que existe na TV, embora ele acredite que tudo o que aparece na tela é uma fantasia. Todo dia ele brinca e lê histórias, e toda noite ele se esconde no Guarda-Roupa enquanto espera que o Velho Nick venha trazer comida e fazer a Cama ranger.
Jack tem cinco anos, e tudo o que ele conhece do mundo é o que existe dentro do Quarto onde mora com sua Mãe - ou o que existe na TV, embora ele acredite que tudo o que aparece na tela é uma fantasia. Todo dia ele brinca e lê histórias, e toda noite ele se esconde no Guarda-Roupa enquanto espera que o Velho Nick venha trazer comida e fazer a Cama ranger.
Essa é a história que a irlandesa Emma Donoghue conta em "Quarto". Com a delicadeza típica de uma criança de cinco anos, a escritora mostra a criatividade da mãe de Jack e seu desespero para fugir do cativeiro com o filho (não é preciso pensar muito para entender que ela foi sequestrada e violentada, e que o menino nasceu ali). Como a história é narrada por Jack, erros de concordância verbal e de vocabulário aparecem durante toda a narrativa.
O diferencial de "Quarto" é que a liberdade não é imediatamente encarada como o final feliz. Donoghue lança um questionamento mais profundo: Jack estava acostumado com a situação, e se assusta com as novidades que existem no mundo. Qual o impacto que uma mudança tão drástica pode ter em uma criança?
Interessante e envolvente, é um livro imperdível, nos trazendo um ponto de vista completamente novo sobre os sequestros que, infelizmente, já nos acostumamos a ver nos jornais.
"Quarto" foi lido em inglês. No Brasil, foi publicado pela Verus Editora. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.
"Quarto" foi lido em inglês. No Brasil, foi publicado pela Verus Editora. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Garotas de vidro
por Maria Clara
Lia Overbrook tem 18 anos, problemas com a família e distúrbios alimentares. Desde o início da adolescência, a garota tem obsessão pela magreza e se proíbe de comer de maneira normal. Sua situação é grave, mas piora quando sua amiga de infância, Cassie, é encontrada morta em um quarto de motel, depois de ligar para Lia 33 vezes.
Para escrever "Garotas de vidro", a norte-americana Laurie Halse Anderson teve apoio de médicos e psicólogos, de modo que o drama de Lia retratasse o sofrimento pelo qual várias garotas de verdade passam. É a própria Lia que conta a história, à medida que precisa enfrentar a morte de Cassie e a culpa que sente pelo fim da vida da amiga.

Lia é assombrada, durante todo o livro, pela figura de Cassie e pela culpa de não ter atendido as ligações da amiga. É em meio aos problemas familiares, à insatisfação com o próprio corpo e ao medo - tanto de morrer, quanto de engordar - que ela nos mostra a luta de muitas meninas obcecadas por um corpo perfeito.
No meio do livro, já sofremos enquanto a protagonista conta automaticamente as calorias de cada coisa que come e evita pessoas e situações que a façam se alimentar ou se comportar como uma adolescente saudável. É uma história que envolve o leitor a ponto de mexer com seu lado emocional, mudando sua forma de ver a busca incansável pela ideia da perfeição física.
"Garotas de vidro" foi publicado pela editora Novo Conceito. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.
"Garotas de vidro" foi publicado pela editora Novo Conceito. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.
sábado, 30 de junho de 2012
Dizem por aí...
por Maria Clara
Embora a personagem central do livro de Jill Mansell seja Tilly, a autora consegue mesclar a história principal com a das outras duas mulheres, de modo que o enredo não gira em torno da nova garota de Roxborough o tempo todo. A linha do livro lembra uma novela, onde várias histórias se interligam, sem que uma dependa da outra - e todas são interessantes.
Sempre alternando o foco em cada personagem, o livro traz mulheres comuns, vivendo situações normais. As relações amorosas não são arrebatadoras nem levam as personagens a fazer loucuras em nome de ninguém, mas mostram o amor de forma leve, como se as histórias pudessem acontecer com qualquer leitor.
Embora seja grande, o livro não exige muito tempo. Como tem capítulos curtos, a leitura é rápida e flui sem problemas. É o tipo de livro que ajuda a matar o tempo num dia de chuva ou em uma noite de insônia - leve e divertido, sem ser bobo, mas que permite ao leitor algumas horas de distração.
Depois de se separar do namorado, Tilly decide mudar de cidade - vai morar na pequena Roxborough, perto de sua amiga Erin. Lá, ela encontra novas pessoas, um novo emprego e um novo amor: se envolve com Jack Lucas, o conquistador do lugar. Ao mesmo tempo, Erin começa um romance com o ex-marido de uma cliente, e Kaye (ex-mulher do novo patrão de Tilly) é perseguida por um desconhecido.

Sempre alternando o foco em cada personagem, o livro traz mulheres comuns, vivendo situações normais. As relações amorosas não são arrebatadoras nem levam as personagens a fazer loucuras em nome de ninguém, mas mostram o amor de forma leve, como se as histórias pudessem acontecer com qualquer leitor.
Embora seja grande, o livro não exige muito tempo. Como tem capítulos curtos, a leitura é rápida e flui sem problemas. É o tipo de livro que ajuda a matar o tempo num dia de chuva ou em uma noite de insônia - leve e divertido, sem ser bobo, mas que permite ao leitor algumas horas de distração.
domingo, 6 de maio de 2012
O Preço de uma Lição
por Maria Clara
Gutti Mendonça e Federico Devito não são escritores conhecidos (embora Federico tenha se tornado famoso entre as adolescentes graças à participação no blog Vida de Garoto, da revista Capricho). Na verdade, o romance "O Preço de uma lição" é o livro de estreia da dupla, e conta uma história de amor sob o ponto de vista masculino.
O livro mostra toda a vida amorosa do narrador, um universitário que fala com o leitor como se fosse algum amigo dos tempos de escola. Cada garota que já passou pela vida dele é apresentada com riqueza de detalhes sobre o relacionamento que viveram. A sucessão de casos e namoros do protagonista pode se tornar monótona, e as informações sobre seus estudos e sua vida profissional, que poderiam dar um respiro à trama, acabam ficando deslocados, algumas vezes. O final da história, de certo modo, justifica a explicação detalhada da adolescência e juventude do narrador, e pode ser considerado o ponto alto do livro.
"O Preço de uma lição" é uma história que poderia facilmente acontecer na vida do leitor. Quem gosta de tramas mais realistas, mas que não deixam de ser românticas, poderá ter bons momentos durante a leitura.
domingo, 15 de abril de 2012
Férias!
por Maria Clara
Marian Keyes é uma escritora irlandesa famosa pelo livro "Melancia". Seu estilo é dinâmico, mantendo o ritmo necessário para não deixar o leitor perder o interesse na história - um pouco parecido com a maneira que a americana Meg Cabot tem em suas histórias para adultos.
Marian Keyes é uma escritora irlandesa famosa pelo livro "Melancia". Seu estilo é dinâmico, mantendo o ritmo necessário para não deixar o leitor perder o interesse na história - um pouco parecido com a maneira que a americana Meg Cabot tem em suas histórias para adultos.

Mesclando o presente - vivido na clínica de reabilitação - ao passado da protagonista, Marian Keyes mostra as situações que levaram a vida de Rachel até onde ela se encontra. Não há, em momento algum, a sensação de que a cocaína seja absolutamente normal, mas esse passeio pelas lembranças da jovem ajuda a entender como ela foi tão fundo no vício. Além da história, interessante e divertida, "Férias" traz o recado de "diga não às drogas" de maneira tranquila, transmitido na intensidade certa.
quinta-feira, 22 de março de 2012
Jogos Vorazes
por Maria Clara
Preciso confessar uma coisa: tinha um certo preconceito contra "Jogos Vorazes". Não sei porque, quando via tantas pessoas comentando sobre o livro, sempre pensava que era só uma moda, e que não valia a pena alterar minha lista de livros para esse semestre com o início dessa trilogia (como a maior parte dos leitores já sabe, a história tem dois livros que desenrolam a trama: "Em Chamas" e "A Esperança"). Grande engano.
O livro, escrito pela norte-americana Suzanne Collins, conta a história de Katniss Everdeen, uma garota de 16 anos que mora no Distrito 12 de Panem - um lugar onde, anteriormente, existia a América do Norte. Todo ano, o Capitol (que governa Panem em regime ditatorial) organiza os Hunger Games, espécie de reality show em que um garoto e uma garota de cada um dos 12 distritos devem lutar até que apenas um sobreviva. Essa atração, além de trazer melhores condições de vida ao distrito do vencedor, reforça o domínio que o Capitol tem sobre o povo.
Katniss entra nos jogos como voluntária, para poupar sua irmã mais nova. Junto com ela, vai Peeta Mellark, filho do padeiro e que sempre foi apaixonado por Katniss. Quem pensa que esse é o início de um enredo super romântico em que uma garota se divide entre o amor de dois rapazes (Katniss tem um amigo, Gale, por quem não sabe exatamente o que sente) está errado. Em "Jogos Vorazes", o amor não aparece com a forma romântica de sempre - ele é um sentimento que pode ser usado pela protagonista para garantir sua sobrevivência.
Com uma história diferente, que conquista justamente por não ter a abundância de emoções que vemos nos outros livros lançados ultimamente, Suzanne faz com que a leitura seja rápida, e dê vontade de ler a continuação. Ao invés de fazer com que os leitores sonhem com grandes romances, a autora os faz pensar na questão da ditadura política, e em como os personagens tentam driblar essa dominação de forma pacífica - ou, ao menos, tentam mostrar para todo o Capitol que não possuem o mínimo respeito pelo sistema de governo.
sexta-feira, 16 de março de 2012
Amor virtual

Era tarde de sexta-feira, quando o técnico chegou. A menina de nove anos trazia no rosto um sorriso que ia de uma orelha à outra. Aquele momento seria o início de uma longa história de amor.
O computador era um Pentium 4, com Windows XP – a última novidade no mercado. A internet – discada – era usada, na maioria das vezes, à noite. Esse era o horário mais barato e que, muito provavelmente, não se perderia uma ligação por causa da linha telefônica ocupada. E foi em uma dessas noites que a menina resolveu criar gratuitamente um endereço de correio eletrônico.
A garotinha cresceu e, hoje, dez anos depois, possui oito contas de e-mail. Um para isso, outro para aquilo... Se ela usa todos eles, todos os dias? Não. Na verdade, ela nem sabe como chegou a esse número. O que se sabe é que aquela primeira conta, criada em 2002, já não tem mais tanta utilidade – e quase nunca é aberta.
Em um “quase nunca” desses, ela, que não tinha o que fazer, resolveu abrir a caixa de entrada daquele e-mail. Entre vírus e correntes, uma mensagem de agradecimento pelos dez anos juntos. Era seu primeiro provedor de internet, que aproveitou a oportunidade para dizer que espera estar com ela pelos próximos dez anos, também.
A ficha caiu. Naquele momento ela percebeu que encerrou um relacionamento, mas esqueceu de avisar isso ao seu companheiro de longa data. Falta de coragem? Talvez. Depois de ler aquilo, ela preferiu fechar a janela e continuar fingindo que é fiel à sua primeira paixão. Quem sabe seja melhor assim.
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