quinta-feira, 26 de junho de 2014

Fragmenta-me

por Maria Clara


Apesar de escrever, originalmente, uma trilogia, Tahereh Mafi adicionou dois livros ao enredo protagonizado por Juliette em "Estilhaça-me": o primeiro, "Destrua-me", trazia o ponto de vista do vilão Warner e oferecia bases para questionar a maldade do personagem. Em "Fragmenta-me", a autora dá voz a Adam, par romântico de Juliette.

O enredo do livro é simultâneo ao final de "Liberta-me" (segunda parte da trilogia), e tem início na última missão dos moradores do Ponto Ômega à superfície. Com o objetivo de enfrentar os soldados do Restabelecimento, Adam tenta superar os problemas de seu recente término com Juliette e da insatisfação com o amigo Kenji, e parte para o campo de batalha com os dois. O rapaz deixa seu irmão mais novo, James, na suposta segurança do abrigo subterrâneo.

É a preocupação com James que move Adam em "Fragmenta-me", mais que a vontade de vencer a ditadura ou a paixão por Juliette. Embora ele se angustie com os perigos que a garota sofre ao longo da saga, o medo de perder o irmão se torna o principal motivo para que Adam continue lutando. Sua meta, agora, é viver em paz com James - mas se Juliette fizer parte desse cenário, melhor.

É inevitável tecer comparações entre "Destrua-me" e "Fragmenta-me", já que os dois livros oferecem acesso aos pensamentos de personagens importantes para a história. O fato de Adam e Warner serem rivais e, ao mesmo tempo, estarem fortemente ligados um ao outro, colabora para que o leitor escolha "torcer" por um deles e aumenta a expectativa para a leitura da conclusão da trilogia, que termina com "Incendeia-me".

Assim como "Destrua-me", o livro foi lançado apenas em formato digital, e está disponível gratuitamente para diversos e-readers.

"Fragmenta-me" foi publicado digitalmente pela editora Novo Conceito. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Colin Fischer

por Maria Clara


Colin Fischer é um adolescente de 14 anos com síndrome de Asperger que acabou de entrar no Ensino Médio. Ele não gosta de ser tocado, anota seus pensamentos em um caderno especial, reconhece expressões faciais a partir de cartões de memorização e é bastante interessado em mistérios. O protagonista do livro de mesmo nome foi criado por Ashley Edward Miller e Zack Stentz, e alcança a empatia do leitor.

O livro se concentra no que Colin chama de "o mistério da arma na cantina". Um dia, durante a comemoração do aniversário de uma garota da escola, uma arma dispara e gera pânico entre os alunos. O principal suspeito é Wayne Connelly, que praticava bullying contra Colin durante toda a infância dos dois.

Graças a sua capacidade de observação e de raciocínio, Colin deduz rapidamente que Wayne não poderia ser o culpado pelo disparo: a arma estava suja com o glacê do bolo, e Wayne comia metodicamente, para não se sujar nem um pouco. Empenhado em resolver o mistério, o protagonista decide provar a inocência do colega de classe e descobrir o verdadeiro responsável pela arma.

"Colin Fischer" é narrado em terceira pessoa; cada capítulo, entretanto, se inicia com um texto escrito por Colin em seu caderno - trechos de pensamentos sobre o caso também são encontrados no decorrer da narrativa. A inteligência do garoto lembra um pouco o cientista Sheldon Cooper, da série de televisão "The Big Bang Theory", mas não é caricata nem parece uma tentativa de cópia. Colin é o tipo de personagem que cativa, e chega ao final da história deixando a vontade de que os autores escrevam uma continuação.

"Colin Fischer" foi publicado pela editora Novo Conceito. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Destrua-me

por Maria Clara


Em "Estilhaça-me", Tahereh Mafi apresenta Juliette, adolescente com um toque letal que passou anos trancada num hospício. Retirada do confinamento, a garota passa a conviver com Adam, rapaz por quem se apaixona, e Warner, que planeja transformá-la em uma arma.

Embora a história de Juliette seja contada na trilogia que segue com "Liberta-me" e com o recém-lançado "Incendeia-me", Mafi escreveu mais dois livros, mostrando o enredo sob outros pontos de vista. Um deles é "Destrua-me", narrado por Warner. O rapaz é filho de um dos principais chefes do Restabelecimento (força política que governa, literalmente, o mundo inteiro em regime ditatorial), e foi o responsável pela libertação de Juliette.

Ao longo do livro, mergulhamos nos pensamentos de Warner, em sua relação com o pai e na importância que ele dá à protagonista da história principal. Sua narrativa começa um pouco antes do fim de "Estilhaça-me" e vai até antes da metade de "Liberta-me", de modo que o leitor não vê o jovem interagir com Juliette. É possível, porém, acompanhar Warner enquanto ele reflete sobre seu papel na sociedade pós-apocalíptica em que vive. Em poucas páginas, a autora gera empatia com um personagem que, sob a ótica apresentada no primeiro livro, deveria ser um vilão sem sentimentos e fácil de se odiar.

Embora não seja indispensável para quem quer ler apenas a trilogia em si, o livro "1.5" da saga é bom para o leitor que deseja novas opiniões sobre o que acontece no enredo. Além disso, mantém a qualidade da autora, um dos maiores atrativos dos outros livros. O título está disponível apenas em formato digital, gratuitamente, no site da Amazon.

"Destrua-me" foi publicado digitalmente pela editora Novo Conceito. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Aconteceu em Paris

por Maria Clara


O primeiro romance de Molly Hopkins, "Aconteceu em Paris", apresenta o leitor à protagonista Evie Dexter em um momento de mudanças. Recentemente desempregada, a moça londrina precisa dar um rumo a sua vida profissional e arranja um emprego como guia turística na França.

Evie divide apartamento com a melhor amiga, Lulu, que interfere em sua vida mas sempre com boas intenções. Tem uma típica relação de amor e ódio com a irmã, Lexie, cuja vida de casada parece conturbada, mas feliz. É bastante dedicada a duas sobrinhas gêmeas que encarnam perfeitamente os estereótipos da "irmã boa" e "irmã má". É amiga de Vic, um grego viril e determinado, que vem de uma família bastante tradicional. Todos os personagens com quem a protagonista interage parecem saídos de uma comédia romântica, chegando a parecer clichês - não é incomum parar durante a leitura e pensar "será que isso não é coisa de algum filme?".

O enredo é centrado no relacionamento de Evie com Rob, motorista de ônibus de viagens com quem a moça começa a trabalhar. Rob é um verdadeiro galã de Hollywood: lindo, educado, ajuda a protagonista quando ela não tem dinheiro e está sempre disposto a mostrar o quanto a considera sensual. O romance dos dois começa como atração física, mas rapidamente se transforma numa história de amor cheia de altos e baixos, com obstáculos do cotidiano testando o amor do casal.

Mesmo dando a sensação de que a história já foi contada antes, "Aconteceu em Paris" pode ser um bom passatempo, apesar de parecer um pouco forçada. Alguns personagens são bastante estereotipados: Lulu e Lexie são extremamente dramáticas, com direito a falas repletas de "você não pooooooooode!", e "por favooooooooooooor", que levam a imaginá-las como rainhas do drama. Vic parece estar sempre gritando, parte do livro leva a crer que ele tem interesse por Evie e sua família se assemelha à do filme "Casamento Grego". Rob é uma espécie de príncipe encantado moderno que passa a comandar a vida da namorada e que, por ser muito bom de cama (é raro encontrar detalhes sobre a vida do rapaz), compensa qualquer erro que possa cometer.

Não é impossível que o leitor se canse antes de terminar o romance, dada a semelhança com roteiros de comédias românticas. Quem busca um livro um pouco maior para passar o tempo com uma história leve e despretensiosa pode se satisfazer com o romance.

"Aconteceu em Paris" foi publicado pela editora Novo Conceito. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.
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