quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Frankenstein, M.D.

por Maria Clara


A escritora Mary Shelley
Filha e esposa de escritores, a inglesa Mary Shelley tinha 21 anos quando publicou sua obra de maior sucesso: o romance "Frankenstein", um dos marcos da literatura ultra-romântica (ou gótica). A história apresenta Victor Frankenstein, cientista em busca de reconhecimento que dá vida a um monstro com forma humana.

Mais que o drama do criador contra sua criatura, o livro aborda questões como a bondade ou maldade inerentes ao ser humano, a influência da sociedade na formação da personalidade de cada um e os avanços científicos  tema extremamente atual, já que descobertas como células-tronco e clonagem são assuntos em discussão no mundo médico.

É nesse contexto atual, da medicina do século XXI, que a mais nova adaptação do clássico gótico se ambienta. Em Frankenstein, M.D., produzido pela Pemberley Digital e pela televisão pública americana, PBS, a história acontece em um laboratório da fictícia Engle State University, e os telespectadores acompanham tudo via Youtube.




Além da modernização, a websérie traz uma mudança em alguns personagens. A protagonista, agora, é Victoria Frankenstein, estudante de medicina que se destaca pela mente ousada e o grande desejo de alcançar grandes feitos científicos (traço marcante do personagem original no livro). Auxiliada por Iggy DeLacey, ela faz experimentos com sangue sintético e ossos impressos em terceira dimensão.


Primeiro episódio da série

Assim como Frankenstein, os personagens Elisabeth Lavenza e Robert Clerval também tiveram seu gênero alterado: agora, são Eli e Rory, melhores amigos da protagonista e que a ajudam em suas experiências. Ao contrário do que acontece no livro, o professor de Victoria, Wardman, aparece em mais de um episódio.




Lançada em agosto, a série já se aproxima do acontecimento que desencadeia toda a história: a criação do monstro. Como os primeiros episódios se dedicam ao cotidiano de Victoria no laboratório, têm-se uma ideia de como a criatura será formada (vale lembrar que, embora seja comum dizer que o monstro original é a união de partes de pessoas mortas, não há nenhuma explicação no livro sobre como ele realmente foi criado).

Frankenstein, M.D. não tem o ar alegre de outras produções da Pemberley Digital, como a vencedora do Emmy The Lizzie Bennet Diaries. Ainda assim, mantém a qualidade narrativa da produtora. Assim como nas webséries anteriores, mais de um personagem conta a história: além da linha principal, com os vídeos protagonizados por Victoria, momentos menores do enredo passam pelos vídeos de Iggy DeLacey e de Eli Lavenza. Enquanto o primeiro responde perguntas do público, o outro fala diretamente com Victoria, dando mais detalhes sobre a relação entre os amigos.


Em Ask Iggy, o colega de Victoria responde perguntas do público


Em Eli to Victoria, o amigo da estudante usa vídeos para mandar recados a ela


A interatividade também continua nas redes sociais, especialmente no Twitter. Fazendo jus ao foco quase obsessivo que tem em suas pesquisas, Victoria não responde mensagens de seguidores, apenas posta sobre novidades científicas, seu dia no laboratório e eventuais tweets para os amigos. Nos perfis de Iggy e Rory, porém, é possível conversar com os personagens.

Os episódios de Frankenstein, M.D. vão ao ar todas as terças e sextas-feiras no canal da PBS no Youtube  até o momento, só há legendas em inglês, que podem ser ativadas no próprio Youtube.

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Esta é uma História de Amor

por Maria Clara


Sienna e Nick são pessoas comuns. Trabalham, têm amigos, mantêm relacionamentos amorosos e, como o título do livro que protagonizam deixa claro, são apaixonados um pelo outro. "Esta é uma história de amor", de Jessica Thompson, começa com o primeiro encontro dos dois, e acompanha o relacionamento dos personagens.

O livro é narrado alternadamente por Nick e Sienna, e ambos falam sobre a paixão que sentem, os motivos para não se declarar e e a fuga em outros namoros. O que poderia ser uma narrativa clichê e até água-com-açúcar se mostra um romance leve e cativante. Como o leitor sabe que o amor do casal é recíproco, é possível ter vontade de juntar os dois de uma vez, mas os acontecimentos que se mostram, cada vez mais, como empecilhos à felicidade dos personagens são compreensíveis e dão mais colorido ao enredo.

Além do sentimento explicitado no título, o livro mostra a amizade e o companheirismo existentes mesmo onde não há um interesse amoroso, especialmente na personagem de Sienna. A dedicação da moça a seu pai, sua interação com um morador de rua e sua relação com a melhor amiga fazem dela uma mocinha romântica moderna, ainda que Nick não se traduza numa atualização dos herois de cavalaria - um alívio, já que esse estereótipo poderia diminuir o tom realista da história e tornar o livro menos agradável.

"Esta é uma história de amor" foi publicado pela editora Novo Conceito. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O Doador

por Maria Clara


Capa da publicação inicial, pela Sextante
O mundo de Jonas é monocromático e sem opções de escolha. O garoto vive numa época posterior à atual, em que cores, sentimentos e outros sinais da liberdade humana foram erradicados, para garantir que decisões erradas tomadas individualmente não prejudiquem a vida em sociedade.

Aos 12 anos, o protagonista de "O Doador" já é considerado adulto, e deve começar o treinamento na profissão que os Anciãos escolheram para ele. Enquanto seus amigos são direcionados ao trabalho como operários ou cuidadores de idosos, Jonas se torna o próximo Guardião das Memórias - o único cidadão a se lembrar de absolutamente tudo o que já aconteceu na Terra, seja um passeio de trenó, seja uma grande guerra.

Enquanto faz seu treinamento com o personagem que dá título ao livro, Jonas começa a se perguntar se a falta opções que dita os dias de sua cidade é realmente a melhor forma de manter a qualidade de vida de seus cidadãos. Ao descobrir um detalhe importante do trabalho de seu pai, essa dúvida se torna mais forte, e ele decide que é hora de partir em busca de outras formas de viver.

Assim como as trilogias Divergente e Jogos Vorazes, "O Doador" (publicado pela autora Lois Lowry em 1993) é um romance distópico em que cabe ao protagonista, bastante jovem, questionar e desafiar um sistema político que oprime a população. A diferença é que, aqui, a opressão não é sentida pelas pessoas: todos os que pensam sobre o assunto acreditam que essa é realmente a melhor maneira de manter a paz e a ordem na cidade, e apenas Jonas sente a necessidade de fazer algo para mudar a situação.

Originalmente lançada no Brasil pela editora Sextante com o nome "O Doador", a obra teve seus direitos de publicação adquiridos pela Arqueiro e teve o nome modificado para "O Doador de Memórias"

O livro foi adaptado para o cinema: o filme, "O Doador de memórias", estreia hoje em todo o país, e tem no elenco atores como Jeff Bridges, Meryl Streep e Brenton Thwaites (no papel de Jonas). Como o final da obra literária é aberto, deixando os leitores livres para imaginar o que acontece quando o livro acaba, é possível ver, ainda no trailer, que o filme segue além do que foi escrito e provavelmente deu um final "extra" ao enredo. A história não tem continuação, mas Lowry escreveu outros três livros sobre o mesmo universo, e acredita que a saga, agora, esteja completa.



"O Doador de Memórias" foi publicado pela editora Arqueiro. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Orange is the New Black

por Samira

Piper Kerman era uma jovem recém-formada em teatro e estava em busca de novas experiências. Quando um grupo de mulheres se muda para o apartamento ao lado, a protagonista conhece Nora Jansen, que tempos depois some do local e, após um período, reaparece com ostentação.

Ao ser convidada por ela para tomar um drinque, Piper descobre que a amiga ingressou no tráfico de drogas. As duas iniciam um relacionamento e Nora fica sabendo que precisa ir à Indonésia. Ela, então, convida Piper para acompanhá-la; a jovem aceita e embarca na aventura.

Anos depois, já envolvida em outro relacionamento e prestes a se casar, a protagonista recebe agentes da alfândega, que informam sobre seu indiciamento em um tribunal federal por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Isso era algo que ela havia mantido em segredo, até então.

Piper é condenada a 15 meses e, a partir de sua vivência em uma prisão federal, relata em "Orange is the new black" fatos que presenciou durante o tempo em que viveu longe de tudo e de todos. A história também deu origem a uma série do Netflix, que leva o mesmo nome.

Envolvente, o livro faz com que o leitor sempre queira avançar mais um capítulo na história de Piper, o que traz um vazio ao terminar a leitura.

"Orange is the new black" foi publicado pela editora Intrínseca. Para adicioná-lo à sua estante no Skoob, clique aqui.
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